domingo, 29 de novembro de 2015

A vitória de Lula que não aconteceu

Em 1989, o Brasil foi tomado de norte a sul pelo maior movimento cívico da história do país: a campanha eleitoral para presidente da república por via direta pela primeira vez depois de trinta anos.

Havia no ar não apenas a restauração plena da democracia como um certo clima de messianismo. O presidente eleito pelo povo teria a complicada missão de salvar a economia, mergulhada em recessão profunda e abalroada por uma inflação que chegaria a quase 90% - ao mês.

Na campanha, todas as forças que saíam do período da ditadura estavam representadas. Estavam ali como candidatos Ulysses Guimarães, pilar central da campanha pelas diretas; Paulo Maluf, candidato alinhado com as antigas forças da ARENA, que disputara a eleição indireta com Tancredo, anos antes; Leonel Brizola, o velho caudilho do trabalhismo.

E havia o "novo": Lula, emergente do movimento sindical e do PT, e Fernando Collor, então um jovem egresso do governo alagoano, conhecido como "caçador de marajás", expressão cunhada na reportagem da revista Veja sobre sua atuação no governo alagoano, que transparecia como um político mais liberal, de origem conservadora, mas com um lustro dinâmico e modernizador.

Foi o evento mais importante da política brasileira talvez de todos os tempos e eu estava em posição provilegiada, como editor de assuntos nacionais da revista Veja, então o principal veículo impresso de circulação nacional.

Pela importância do momento, decidiu-se que, além de fechar a seção, com a cobertura completa das eleições, eu seria destacado para cobrir também a campanha de Lula, que chegou à disputa do segundo turno com Collor e reuniu ao seu redor todas as forças de centro-esquerda. O jornalista Eduardo Oinegue, então chefe da sucursal de Veja em Brasília, seguiria Collor.

Sem sabermos quem iria ganhar, numa disputa que seria bem parelha, trabalhamos em duas matérias completamente opostas: um perfil de Lula vencedor, a ser escrita por mim, e outro de Collor, cuja reportagem seria feita por Oinegue.

A cobertura completa da eleição incluiu pelo menos uma matéria ampla sobre cada candidato. Sobre Brizola, escreveu Arlete Salvador, que também trabalharia no perfil de Marisa, mulher de Lula; Maluf foi perfilado por Denise Chrispim Marim; e assim por diante. A equipe incluía também outros grandes jornalistas, como o repórter Expedito Filho, um especialista em circular pelos bastidores de Brasília.

Foi um período de muito trabalho, em que só o entusiasmo do momento e a juventude explicam a resistência para encarar aquele pique. Eu entrava na redação na quinta-feira às 11:00 para começar a fechar a seção de Nacional. Saía do fechamento às 5 da manhã de sexta-feira. Dormia um pouco e às 11:00 da sexta-feira estava de volta à redação de Veja, no edifício da Marginal do Tietê. Saía novamente por volta das 10:00 da manhã de sábado, praticamente um zumbi, e tomava o avião às 2 da tarde para onde Lula estivesse em campanha.

E a campanha era dura. A caravana de Lula começava sempre muito cedo e corria o Brasil inteiro. Certos dias, ao acordar, precisava olhar o cinzeirinho do hotel na cabeceira da cama para me dar conta de onde estava.

Houve grandes momentos, do comício em Osasco, no qual Lula levou uma ovada na cabeça, e subiu ao palanque para fazer um belo discurso do preconceito do trabalhador contra o próprio trabalhador, ao comício de Salvador, que assisti de um apartamento envidraçado debruçado sobre o farol da Barra, que parecia se mover sob o mar de bandeiras vermelhas do PT, ao lado do fotógrafo Antonio Ribeiro.

Para mim, o momento mais especial ocorreu quando consegui o que nenhum outro jornalista teve durante todo o segundo turno de campanha: uma entrevista exclusiva com o candidato. Depois de muito chorar, consegui uma hora de entrevista com Lula, dentro do carro, no trajeto entre São Paulo e São Bernardo, onde ele ocupava o sobrado de um amigo empresário para descansar da campanha.

O que mais me chamou a atenção na conversa foi entender a perspectiva de Lula quando lhe perguntei como se sentiria se virasse mesmo presidente da República, algo que realmente parecia já muito perto de acontecer. "Para mim, foi muito mais difícil sair do sertão para São Bernardo", disse ele.

Saído da miséria, Lula tinha em conta que havia uma distância muito maior entre um excluído é o metalúrgico, um trabalhador qualificado, um cidadão, com direito a colocar filho na escola, ter uma casa e beber sua cerveja no fim de semana, do que qualquer cidadão virar presidente. 

No final, bem no finzinho, Lula perdeu a eleição. O perfil que escrevi dele chegou a ser composto, como comprovam cópias que guardei da matéria que nunca saiu. Abaixo, reproduzo a reportagem integral, com o perfil de Lula, recheado de informações até hoje relevantes sobre o homem que esperaria ainda três governos até finalmente realizar a profecia do título, referência ao "Lula-lá", trilha sonora da campanha.

Ironia, a cobertura traria ainda a matéria sobre Collor derrotado e um perfil de Marisa como primeira-dama. Abaixo, a reportagem que foi publicada, de Collor vencedor, que fechei com o mesmo prazer com que teria fechado a minha própria. Um grande momento para nós de Veja, que com nossa cobertura das eleições ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo Político daquele ano. E para o Brasil, que voltou novamente a olhar com esperança para o futuro.


A capa que não saiu






A "derrota" de Collor





Marisa: ainda seria verdade.




A matéria publicada



sábado, 28 de novembro de 2015

Requião e o coronel Lobo fazem um refém

Em março de 1991, eu trabalhava como repórter especial de política do Estadão, na equipe do então diretor de redação Augusto Nunes; trabalhava sobretudo para trazer histórias de fundo na edição de domingo. Dessa forma, fui destacado para fazer uma matéria no Paraná, onde a eleição para o governo do estado deixara uma história rumorosa que ainda estava devendo apuração. Durante a campanha, a equipe do então candidato Roberto Requião mostrara um depoimento de um suposto pistoleiro, o "Ferreirinha", que dizia ter cometido crimes a mando da família de latifundiários do candidato concorrente, José Carlos Martinez. Como veio a se saber depois, "Ferreirinha" na verdade não era Ferreirinha nem pistoleiro, e sim um farsante - na época em que alegava ter trabalhado para os Martinez, era ainda uma  criança.

Às vésperas da posse de Requião, Martinez tentava impugnar a eleição, alegando que a mentira tivera influência decisiva no resultado das urnas. E lá fui eu, sobretudo para tentar encontrar o "Ferreirinha", cujo nome verdadeiro era Afrânio. Segui seus passos por todos os lugares onde passou, da pensão pulgueirinha onde ele morou, na zona do baixo meretrício de Curitiba, até a Viação Cristo Rei, de onde tinha sido demitido depois de várias bebedeiras. Não pude encontrar pessoalmente o ex-motorista, que segundo indícios desaparecera na fronteira paraguaia, mas reconstituí sua trajetória.

Andar no submundo de Curitiba não foi tão alarmante quanto o encontro com Roberto Requião. Encontrei-o em sua casa, na companhia do coordenador de campanha Fabio Campana e de um boneco feito por sua filha, Roberta, que me apresentou com orgulho: uma versão gigante do Lobo Mau, trajado como um dândi, que Requião batizara de "coronel Lobo". Requião me convidou a ver o video original do "Ferreirinha" na sua sala de TV, saiu do recinto e, inexplicavelmente, trancou a sala por fora à chave. Me deixou ali como refém para ver "o vídeo na íntegra". Fui liberado quando ele resolveu voltar.

Ao final da entrevista, mesmo diante de todas as evidências, Requião se recusou a aceitar o fato de que sua campanha veiculara uma mentira. "Se esse Ferreirinha é um ator, deve ser o Marlon Brando", ele me disse. Professor de formação, Requião me deu a impressão de ser uma mente brilhante, mas um tanto perturbada. Ameaçava continuar sua campanha difamatória contra Martinez, sob a alegação de que, ainda que "Ferreirinha" fosse uma fraude, os crimes cometidos contra grileiros pelos Martinez seriam verdade.

 Ex-tesoureiro da campanha de Fernando Collor à presidência em 1989, Martinez seria acusado em 1992 de receber 4,5 milhões de dólares de PC Farias para comprar a TV Corcovado, aumentando sua rede de mídia, que já contava no Paraná com a CNT. Morreria aos 55 anos num acidente de avião, com o prestígio abalado, assim como todos os que foram denunciados por corrupção na era Collor. O tempo mostrou que Martinez não era de fato nenhum anjo. Para mim, porém, ficou a sensação naquele episódio paranaense de que não havia santo de lado algum.


A matéria:



Requião (à esq.), seu assessor Fabio Campana, o "coronel Lobo" e eu:


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A proposta de Playboy para Ísis Valverde e o futuro do nu na internet

Em maio de 2013, uma atriz brasileira recebeu a maior oferta em dinheiro para posar nua na história de Playboy. Foram cinco milhões de reais, para Ísis Valverde. Por meio de suas agentes, ela respondeu gentilmente. Recusou.

Sei disso porque fui eu que fiz a proposta. Como diretor  do Grupo Playboy, à época, eu estava determinado a devolver Playboy a velhos e bons tempos. Porém, os tempos eram diferentes. Estrelas como Ísis já ganhavam aquele montante, até mais, fazendo publicidade. Não se encantavam com o dinheiro. Podiam escolher.
Ísis: não éuma questão de dinheiro

Playboy já não tinha tantos recursos quanto antes. Para fazer a proposta, precisei do apoio da Editora Abril, que ainda não havia decidido se livrar da revista, como fez com todos os outros títulos licenciados. Roberto Civita, que me convidou para levantar a revista, havia morrido fazia apenas um mês, mas o presidente da Abril Mídia, Jairo Leal, ainda lhe dava suporte. Só que as coisas mudavam rapidamente, na empresa e na comunicação.

Havia uma grande mudança social e de mercado, à qual Playboy precisava se adaptar. Claro, o leitor ainda queria as grandes estrelas. Porém, era o mesmo leitor que, assim que saía a revista, copiava as fotos e as espalhava na internet. O que ajudava, portanto, a derrubar as vendas da publicação que ele gostaria de ver fortalecida.

Para as estrelas de Playboy, a era da reprodutibilidade do conteúdo passou a ser um problema. No passado, os contratos garantiam um uso limitado de fotos, que acabava quando a revista saía de circulação. Havia às vezes um número determinado de fotos que poderiam ser usadas em restrospectivas e edições históricas. E só. A mulher não ficaria nua para sempre, como acontece quando uma foto cai na internet. Com a difusão pela internet, de onde Playboy precisava começar a tirar o dinheiro, já não havia essa garantia.

Mudança na operação

A Playboy americana logo percebeu a sinuca em que a colocou a nova era da comunicação. Já não publicava mais celebridades nuas na edição impressa. Mudava seu perfil para uma publicação de serviço masculino, de bem viver, com o nu de mulheres bem escolhidas, porém menos conhecidas. E foi além nessa política no mês passado, anunciando que deixará de publicar ensaios nus completamente.

Num tempo em que o nu sobrecarrega a internet, faz sentido. Hoje, ninguém precisa da Playboy ou das revistas masculinas para ver o nu. O fato de não ter mais exclusividade sobre o próprio material que produz, e a dificuldade em convencer estrelas a posar, fez com que o coração do negócio de Playboy sofresse um colapso.

Ao ver a dificuldade que teria em convencer estrelas a posar, fosse qual fosse o dinheiro, tomei outra direção. Jairo Leal saiu da Abril Mídia e do conselho da empresa. Os conceitos e a conduta de Roberto Civita foram rapidamente abandonados. Quando a Editora Abril decidiu cortar o investimento em Playboy, e chegou a anunciar o fechamento da revista, em julho de 2013, porém, eu já havia mudado meu modo de operação.

Primeiro, promovi um corte de gastos violento na estrutura e no pessoal. E uma derrubada dramática dos cachês oferecidos às mulheres em Playboy. Já que milhões não faziam efeito, não importava que Playboy já não tivesse dinheiro. Teria de ser por outro caminho. Posar para Playboy tinha de ser pelo desejo de entrar para uma galeria de celebridades, que vinha desde Marilyn Monroe. Retratar a beleza de uma mulher no seu auge para guardá-la. Algo que a própria estrela pudesse ver eternizada, que a congelaria para o futuro, o tempo em que a beleza passa.

Esforço de sedução

Os cortes de gasto funcionaram. Com isso, demos à publicação dois anos de sobrevida. E, com um grande esforço de sedução, ao custo de alguns cabelos brancos e muitos sapos engolidos, consegui colocar em Playboy mulheres extraordinárias, como Nanda Costa, então estrela da novela da oito da TV Globo, edição mais vendida em três anos, desde Adriane Galisteu; e a também atriz Antônia Fontenelle, que decidiu derrubar a reclusão da viuvez, um ensaio entre os melhores da história da revista. Isso deu alento às vendas. Porém, não era o bastante. Era preciso alinhar a publicação com os novos tempos, prepará-la para aumentar a receita dentro de um novo paradigma.

Playboy já dava à Abril a maior receita de mobile na empresa, com a venda de fotos exclusivas e vídeos que produzíamos junto com a edição impressa. Mas a Abril recebia apenas 20% daquela receita - a parte do leão ficava com as operadoras de telefonia. Minha ideia era fechar o site e internar 100% daquele dinheiro. Isso ajudaria a custear a publicação impressa e pagaria os royalties à Playboy International sem problemas.

Porém, já desinteressada por títulos licenciados, que dependiam do pagamento de direitos, a Abril decidiu fechar o site de Playboy. Criou uma landing page que jogava os leitores para a página de VIP. Eu me tornava um problema. Quando comecei, nove meses antes, Playboy tinha 250 mil seguidores no Facebook. Naquela altura, tinha 1,4 milhão. E a empresa reclamava do custo adicional pelo espaço que Playboy estava ocupando no servidor.

Estava selado o futuro da publicação dentro da empresa. E minha participação nela. Graças às mudanças que tinham sido feitas, por algum tempo valeu mais a pena manter a revista do que fechá-la. Porém, com o passar do tempo, sem uma fonte de receita alinhada com o futuro, a queda progressiva de venda e de receita da publicação inevitavelmente a estrangularia novamente. Foi o que aconteceu até o anúncio, há uma semana, do encerramento do ciclo de Playboy na Abril, uma história com 40 anos de glórias.

O futuro do nu

Playboy continua a ser uma das marcas mais fortes do planeta. E Playboy.com seguirá seu caminho na internet, com conteúdo de qualidade. Mas o futuro do nu deve ser diferente. O olhar de Playboy sobre o nu sempre foi de respeito, admiração, culto à beleza da mulher. Playboy manteve um alto padrão de qualidade, evitou a vulgaridade, para tratar a mulher como ícone de beleza a ser venerado. Em vez de vulgarizá-la, dava-lhe supremo valor. Isso ainda pode ressurgir, talvez em contraste ou reação ao conteúdo livre da internet. Cada um pode escolher o que gosta. E o nu clássico de Playboy ainda poderá ter o seu nicho.

Hoje o vasto terreno a ser percorrido é virtual. Os homens (e muitas mulheres) certamente continuarão a pagar pelo nu, incluindo de celebridades. Mas esse nu certamente não será o mesmo dos padrões a que os leitores se habituaram a ver na revista de antigamente. Será certamente um nu mais discreto, artístico, capaz de revelar a beleza, sem no entanto avançar demais, para não misturar-se à avalanche de conteúdo do mesmo gênero à qual se tem fácil acesso pelo meio virtual. E, claro, as estrelas irão posar para eternizar seu momento. Já não é, nem será mais, uma questão de dinheiro.

Playboy já não detém a exclusividade do nu. Por isso, terá também de trabalhar com custos mais baixos. Depois de um forte downsizing, que reduziu sua estrutura nos Estados Unidos a um 1/4 do que era, a Playboy americana voltou a crescer, em outras bases, com um site sólido, pago, com bom serviço, e seu conceito de estilo de vida masculino, que não deixou de existir. É o processo pelo qual devem passar todas as empresas de comunicação. Ainda mais aquelas que, no passado, dependiam em grande parte do papel.

Escrevendo sobre tudo

Escritores podem e gostam de viver bem: quem não tem uma vida interessante certamente sabe menos e tem menos histórias a contar. O jornalismo me permitiu conhecer gente importante e interessante e me permitiu experimentar e ver coisas e lugares aos quais a maioria das pessoas não tem acesso, ou tem acesso somente quando tem muito dinheiro. Dirigir e escrever para revistas de estilo de vida, o que faço desde muito cedo, me permitiu falar com certa propriedade a respeito de tudo. Carros, bebidas, charutos, viagem, vinho, gastronomia, arte... Não há praticamente nada que eu não tenha estudado ou me interessado para poder escrever.

Há alguns anos, a jornalista Dulce Pickersgill tocava na Editora Abril a Revista A, magazine dedicado ao alto luxo, voltado para os super-ricos, tendo como modelo a americana Robb Report. Impossível fazer reportagens in loco sobre tudo sobre o que a publicação discorria: seria a revista também mais cara do mundo. Dulce precisava de alguém já com bagagem, que lhe poupasse algumas despesas. Mais  que isso, precisava de alguém que falasse de um tema como carros, por exemplo, não como um técnico, ou um vendedor - e sim como alguém que entendia o espírito de possuir um carro de luxo e se interessava pelo que ele significava.

Daí... Eu.

Escrevi sobre marcas consagradas, mas não só isso. Quando algo parecia interessante, mesmo não tendo uma história por trás, não deixava de se criar o mito. Foi o caso do Spada TS, um carro do qual eu nunca tinha ouvido falar. (E possivelmente jamais ouviremos falar dele outra vez). Não importava que não tinha tradição. A revista a iniciaria. Comecei pelo título: "Nasce uma lenda".

Deu tão certo que logo Dulce quis me entregar outros assuntos da revista. Para não dar na vista que eu escrevia um bom pedaço dela, inventamos um pseudônimo: Yuri Vidal. Esse cara também era extremamente versátil. Juntos, eu e meu alter ego escrevemos sobre motocicletas, barcos, charutos, cachaça e até submarinos. Quando fui digitalizar as páginas de revista que guardei, apenas uma amostra de tudo, eu mesmo fiquei impressionado com a variedade de temas.

Na realidade, isso somente foi possível por uma razão. Eu jamais escrevi sobre carros, charutos comida. Não, exatamente. Por trás de cada objeto, ou mesmo de uma marca, ha uma ideia, um criador, uma história. Eu olho sempre para a vida. Todas essas reportagens, se tratam de assuntos específicos, falam na verdade da experiência humana, da civilização, o prazer de viver e de como desfrutar o que há de melhor.